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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A Guerreira Ferida

Após muitas leituras, conversas com outras mulheres e pesquisas decidi me perguntar quem é a “Guerreira Ferida”? É a mulher independente, confiante, bem sucedida, a mulher que conquistou o seu espaço dentro do mercado financeiro, tendo geralmente excelentes cargo e remuneração, muitas vezes sendo chefe de muitos homens. É capaz de resolver qualquer problema e geralmente não pede ajuda, mesmo quando precisa. Conquistou essa posição com muita luta, enfrentando toda a dificuldade que existe para uma mulher ocupar um cargo de confiança em uma sociedade patriarcal, muitas vezes sangrando para isso.“Durante sua “jornada” essa guerreira, por proteção, veste-se com uma “armadura” e está sempre com sua ”espada” na mão, uma visão simbólica que demonstra estar na defensiva. Acredita que não precisa de companhia, abandonou a fantasia do “Príncipe Encantado”. Algumas vezes essa “Guerreira Ferida” se torna amarga, zangada e se castiga privando-se de vivenciar suas emoções, de demonstrar suas fragilidades, ser espontânea. Só que essa ‘Guerreira’, na realidade, está muito ferida; a dor é sentida na alma, no coração. Ela está cansada de lutar, a armadura está pesada e ela sente que há necessidade de equilibrar o uso da espada.”Na psicologia feminina, segundo a especialista no assunto, Jean Shinoda Bolen, a “Guerreira Ferida” é um dos arquétipos mais presentes na sociedade atual. Shinoda relaciona este padrão fazendo uma comparação entre a mulher contemporânea e as deusas gregas. Nesta visão a “Guerreira Ferida” é a mulher em desequilíbrio entre os arquétipos das deusas Afrodite e Athena.A mulher teve que despertar este arquétipo da guerreira para sobreviver na sociedade atual. Ela veste suas armas para realizar seus sonhos. Só que não sabe como equilibrar este padrão com as outras faces do feminino que habitam em seu interior e ainda a medida certa entre o equilíbrio das energias masculina e feminina.Como curar a “Guerreira Ferida”? Segundo Suzana Kennedy, ”a Guerreira Ferida almeja se transformar em Deusa, mesmo que não pudesse usar essas palavras para descrever o seu desejo. Quem é a Deusa? A Deusa é simplesmente a incorporação do Divino em um corpo feminino. Ela tem discernimento e age com integridade. Ela tem uma essência de paz interior que é inabalável. A Deusa irradia uma energia que é tão poderosamente bela, amorosa e suave, que os outros são atraídos para ela como imã.”A Deusa pode ter sido uma “Guerreira Ferida”, mas curou suas feridas, equilibrou a face guerreira com as outras faces: a mãe, a amante, a menina, a anciã, a protetora, a espiritualista, a sombra, a luz, etc. Ela sentiu todos os seus medos, anseios, raiva, amor, libertando-se. Ela transformou seus sentimentos, a traição e abandono em confiança e tranquilidade. Ela aprendeu a olhar para dentro e gostar do que vê. Ela combate o ataque espiritual e físico com amor.A “Guerreira Ferida e a Deusa”: dois arquétipos femininos poderosos. Um cansado e ferido; o outro, radiante e curado.A mulher que vive o padrão da “Guerreira Ferida”, para ser curada, deve reencontrar-se com sua “Deusa Interior” e isso torna-se mais fácil quando a mulher descobre a sua espiritualidade, sentindo que o divino habita dentro de si mesma, esse é um dos maiores legados que o movimento do Sagrado Feminino pode promover para as mulheres da minha geração, que foram criadas e incentivadas a se tornarem profissionais bem sucedidas. Nesse reencontro essa “Deusa Mulher” renasce e sabe desfrutar toda sua feminilidade com coragem que emana do seu coração. Ela confia plenamente no poder de ser mulher, nos seus instintos, no poder do seu ventre sagrado. Ela se liberta de seus sentimentos suprimidos de traição e abandono. Ela equilibra razão e emoção, masculino e feminino... Ela irradia amor, confiança, beleza. Ela também sente o divino em todos os seres, sentindo necessidade de compartilhar a sua descoberta.Curada, essa guerreira reconhece e desperta outros aspectos da Deusa que lhe sirvam melhor em qualquer momento.Reconhecer a ferida e saber que temos a responsabilidade e oportunidade de se curar é o grande segredo para dar o passo definitivo na direção da cura dessa Guerreira que anseia em ser Deusa, isso é possível, quando aprendemos de novo sobre como acessar nossa sacralidade, reverenciando nossos ciclos como nossas ancestrais faziam, pararmos de agir como o sistema nos programou, reprogramando nossa consciência, voltando-se para o centro de nós mesmas, o centro da Terra, o Útero da Grande Mãe. Lá em seu colo nos encontramos com a Deusa Interior, e curamos nossa Guerreira, que aprende a usar sua espada e seu escudo somente quando for realmente necessário. Esse processo árduo, não acontece de uma hora para outra, mas com dedicação e paciência, conseguimos ótimos resultados, experimente!

Fontes de consulta:
Texto “A Guerreira Ferida” de Suzanna Kennedy.
"Mulheres que Correm com os Lobos", de Clarissa Pinkola Estes
"As Deusas e a Mulher", de Jean Shinoda Bolen.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Visões de Sangue

O sinal vermelho que as mulheres hindus pintam no seu terceiro olho é um símbolo do sangue menstrual. Originalmente, as mulheres pintavam o seu terceiro olho com o própria sangue menstrual e a magia do sangue abria o sexto chacra (centro energético associado a visão espiritual e psíquica).
O aspecto visionário da menstruação esta claramente invocado por esta prática. O sangue transporta-o até as células do corpo e por isso o sangue contem o conhecimento do código genético (ADN). O código genético e a linhagem familiar estão contidos na corrente sanguínea. Cada célula do corpo é um microcosmo do todo.
Quando pintamos o nosso terceiro olho com o nosso sangue, abrimo-nos ao conhecimento oculto de este código genético. Esta informação inclui um profundo conhecimento ancestral e pode trazer uma compreensão dos nossos próprios padrões familiares e os do gênero humano.
Todos trazemos dentro o conhecimento de todas as gerações de seres humanos que existiram. Oculta neste código genético há uma massa de informação reunida através da história. Ocasionalmente, a informação fica adormecida e as vezes deseja aflorar de novo. Estamos vivendo uma época em que o conhecimento da terra e da mulher, esta regressando a consciência coletiva e através do nosso sangue podemos entrar nela.
A próxima vez que sangrar, tente se relacionar conscientemente com o seu sangue. Tente pintar um pequeno ponto vermelho entre os teus olhos e observa como o conhecimento da terra e dos teus ancestrais flui até a tua consciência. 

*Seu Sangue é Ouro - Lara Owen

domingo, 17 de agosto de 2014

A Menstruação como um Sabá

A antiga palavra babilônica correspondente a sabá, sabbatu, vem de Sabat e significa “repouso do coração”. Na Babilônia, era um dia de descanso, quando constava que a Deusa Ishtar estava menstruando. Nesse dia, todos eram proibidos de viajar, de trabalhar e de comer alimentos cozidos – do mesmo modo que, em muitas culturas, ocorria para mulheres menstruadas. As tabuas cuneiformes da quarta dinastia de Ur, datadas do terceiro milênio a.C., relatam-nos que, na Suméria, os períodos da lua nova e da lua cheia eram devotados ao cumprimento de rituais.
Do mesmo modo, o sabá dos judeus originalmente tinha lugar na lua nova e na lua cheia; foi mais tarde estendido a cada quarto da lua. Estes dias muito remotos de repouso, vinculados à lua e à menstruação, foram a origem do moderno sabá judeu e do domingo cristão.
Atualmente, poucas pessoas dedicam-se, pelo menos um dia por mês, a realmente descansar. Em geral, a cultura euro-ocidental é obcecada pelo modo de vida Ativo. Só valorizamos a nós mesmos se estivermos fazendo alguma coisa, considerando as pessoas que não fazem muita coisa membros menos validos da sociedade. Somos orientados para a produtividade e para o acumulo de riquezas e posses, e não para o acumulo de sabedoria, força espiritual e autoconhecimento.
Esse fazer contínuo não conduz à felicidade ou ao bem-estar. Todos conhecemos o alivio de estar de férias e não ter de Fazer Nada. Obviamente, se todos nós puséssemos de lado nossos instrumentos de trabalho e decidíssemos apenas Ser, isto iria desequilibrar a outra direção, mas talvez pudéssemos ter um pouco mais de tranquilidade e menos pressão em nossas vidas. Com isso, não estou pensando em nos sentarmos diante da televisão e assistirmos as pessoas matando umas às outras e enganando seus cônjuges. Estou pensando, em vez disso, em nos sentarmos diante de uma arvore ou de um lago ou do mar, e apenas Ser.
Sem duvida, era bastante valida a antiga ideia do Sabá: um período de descanso, sem trabalho, dedicado à oração e à contemplação. À medida que a Era industrial inventava o vapor, energizado pela ética do trabalho protestante, o sabá ia caindo no desagrado e os velhos tabus proibindo o trabalho em um dos dias da semana foram desaparecendo. Isso só pode significar um acréscimo ao estresse a à pressão da vida moderna. Nossos corpos e nossas mentes necessitam de relaxamento, de um período de descanso, e nossos espíritos precisam ser nutridos – têm necessidade de algum tempo dedicado somente à vida espiritual. A falta do sabá pode ser responsável por tantas pessoas ficarem resfriadas e gripadas, pois esta acaba sendo a única maneira delas poderem ter um sabá, uma pausa do Fazer contínuo.
Em muitas partes da America, a única maneira de você dizer que um dia é domingo é pelo fato das praias estarem mais cheias, o jornal de domingo estar nas bancas e haver menos trafego no centro da cidade. Fora isso, é tudo igual. Todas as lojas estão abertas e a maior parte dos serviços está disponível. Sem falar da televisão, que jamais dorme. Se você está sempre com pressa, fazendo isto ou aquilo, correndo atrás de si mesma, quando realmente tem tempo para aquilatar seus sentimentos? Quando tem tempo para refletir sobre o motivo de ter reagido tão violentamente ao comentário de um colega sobre ele detestar animais dentro de casa, sobre a razão do seu marido estar lhe incomodando tanto no momento, sobre odiar vestir vermelho, sobre o simples fato de sua mãe vir almoçar em sua casa lhe encher de pavor? Você pode ter uma ligeira ideia do que essas coisas significam, pode até pô-las de lado e continuar correndo, mas não vai compreende-las e sanar suas dificuldades que existem em sua vida, se não tiver algum tempo de sossego.
Para a mulher, o tempo da lua é a ocasião óbvia do seu ciclo para uma interrupção no Fazer e para ela apenas ficar quieta e Ser, relaxar e sangrar. É um período natural para uma abertura aos domínios espirituais e para efetuar o trabalho de conhecer e compreender o ser que só pode emergir no tempo vazio, tranquilo e sossegado.
Na tradição judaica, o primeiro dia de cada mês (que teria sido o dia da lua nova, antes de adotarmos o calendário solar, e, tradicionalmente, o período da menstruação) é um dia santo para as mulheres, chamado de Rosh Chodesh (inicio do mês). Este feriado está sendo reivindicado por algumas mulheres judaicas. Era uma aceitação ritualizada do desejo das mulheres descansarem quando estão menstruando.
Um período calmo é muito útil, para os problemas de relacionamento, e sentar-se quieta por algumas horas pode realizar maravilhas para se enxergar as coisas de um modo mais claro. Muitas disputas e brigas originam-se de uma descarga de adrenalina, pois muitas pessoas estão continuamente aflitas, lutando contra o trafego para ir ao trabalho, cuidando ao mesmo tempo da família e do emprego – e, alem disso, a televisão está a noite toda gritando na sua frente e você Não Tem Paz.
No mundo euro-ocidental, ficamos tão acostumados a levar esta existência pressionada que muitas esqueceram-se de como se descansa. Parece algo aborrecido, pois crescemos acostumados a um estimulo externo contínuo. Mas há uma vida interior e também uma vida exterior, e essa vida interior – a vida do psiquismo – é muito preciosa e é o manancial da nossa criatividade, de nossa dádiva para o mundo. Finalmente, podemos não produzir nada de grande valor se não alimentarmos essa vida interior. Ela necessita de um período de sossego para crescer e se desenvolver.
Podemos reaprender como estar novamente no ritmo da tranquilidade. Um dia já o soubemos, quando éramos bebês e crianças pequenas e passávamos de surtos de rápida atividade a momentos de tranquilidade e sono, depois retornando à atividade. Precisamos dar um tempo a nós mesmos: tempo para absorver a mudança, tempo para tomarmos conhecimento do que se passa a nossa volta – não levar a vida como uma viagem de turismo com paradas rápidas, em que temos de agarrar o máximo que pudermos antes de sermos lançados fora do trem. Temos de dar a nos mesmo tempo suficiente para estarmos novamente em contato com a tranquilidade, tentando apenas ficar sentados, sossegados. Muitas pessoas têm a experiência de sair de férias e não saber o que fazer consigo mesmas durante os primeiros dias, com todo aquele tempo disponível e não estruturado. Depois de três ou quatro dias recordam-se de como é apenas Ser, e quando estão adorando e desfrutando do seu ócio, já esta na hora de voltar para casa. Se tivéssemos mais tempo ocioso em nossa rotina regular, talvez a vida fosse menos carregada de pressão e mais plena de prazer.
Se encararmos a menstruação como a época natural para o relaxamento e o sossego na vida de uma mulher, podemos começar a reaprender o ritmo de estar em paz conosco mesmas e então começar a colher os benefícios de um relacionamento mais intimo com nossos seres internos.
A menstruação pode ser uma época de profunda sedimentação e contato consigo mesma, quando uma mulher é naturalmente colocada em relação direta com seu centro de gravidade – o seu útero. Por isso, nessa ocasião há realmente uma maior capacidade para o relaxamento – para escutar, para receber a mensagem do cosmo. O conhecimento que nos é disponível durante a menstruação não pode chegar até a nossa consciência se estivermos com pressa de cumprir as exigências de nossas vidas cotidianas.
Ficar tranquilo e voltado para si mesmo são pré requisitos em todas as tradições espirituais para o desenvolvimento da sabedoria. A menstruação é um período natural para as mulheres meditarem e estabelecerem contato interno e externo com o divino. Quando o corpo está tranquilo, a mente também fica tranquila; nesse caso, a sabedoria espiritual que existe em um nível mais profundo da consciência fica liberada para alcançar a superfície do conhecimento.
*Fonte: Seu Sangue é Ouro (pág 105 - 110), de Lara Owen.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lua Vermelha da Menstruação


Na Antigüidade, o ciclo menstrual da mulher seguia as fases lunares com tanta precisão que a gestação era contada por luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seu próprio ritmo e seu corpo, fato que teve como conseqüência vários desequilíbrios hormonais, emocionais e psíquicos. Para restabelecer essa sincronicidade natural, tão necessária e salutar, a mulher deve se reconectar à Lua, observando a relação entre as fases lunares e seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a relação com seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá cooperar com seu corpo, fluindo com os ciclos naturais, curando seus desequilíbrios e fortalecendo sua psique.

Para compreender melhor a energia de seu ciclo menstrual, cada mulher deve criar um Diário da Lua Vermelha, anotando no calendário o início de sua menstruação, a fase da lua, suas mudanças de humor, disposição, nível energético, comportamento social e sexual, preferências, sonhos e outras observações que queira.

Para tirar conclusões sobre o padrão de sua Lua Vermelha, faça essas anotações durante pelo menos três meses, preferencialmente por seis. Após esse tempo, compare as anotações mensais e resuma-as, criando, assim, um guia pessoal de seu ciclo menstrual baseado no padrão lunar. Observe a repetição de emoções, sintonias, percepções e sonhos, fato que vai lhe permitir estar mais consciente de suas reações, podendo evitar, prever ou controlar situações desagradáveis ou desgastantes.

Do ponto de vista mágico, há dois tipos de ciclos menstruais determinados em função da fase lunar em que ocorre a menstruação. Quando a ovulação coincide com a lua cheia e a menstruação com a Lua Negra (acontece nos três dias que antecedem a lua nova, entendido como o quinto dia da lua minguante), a mulher pertence ao Ciclo da Lua Branca. Como o auge da fertilidade ocorre durante a lua cheia, esse tipo de mulher tem melhores condições energéticas para expressar suas energias criativas e nutridoras por meio da procriação.

Quando a ovulação coincide com a lua negra e a menstruação com a lua cheia, a mulher pertence ao Ciclo da Lua Vermelha. Como o auge da fertilidade ocorre durante a fase escura da lua, há um desvio das energias criativas, que são direcionadas ao desenvolvimento interior, em vez do mundo material. Diferente do tipo Lua Branca, que é considerada a boa mãe, a mulher do Ciclo Lua Vermelha é bruxa, maga ou feiticeira, que sabe usar sua energia sexual para fins mágicos e não somente procriativos.

Ambos os ciclos são expressões da energia feminina, nenhum deles sendo melhor ou mais correto que o outro. Ao longo de sua vida, a mulher vai oscilar entre os ciclos Branco e Vermelho, em função de seus objetivos, de suas emoções e ambições ou das circunstâncias ambientais e existenciais.

Além de registrar seus ritmos no Diário da Lua Vermelha, a mulher moderna pode reaprender a vivenciar a sacralidade de seu ciclo menstrual. Para isso, é necessário criar e defender um espaço e um tempo dedicado a si mesma. Sem poder seguir o exemplo das suas ancestrais, que se refugiavam nas Tendas Lunares para um tempo de contemplação e oração, a mulher moderna deve respeitar sua vulnerabilidade e sensibilidade aumentadas durante sua lua. Ela pode diminuir seu ritmo, evitando sobrecargas ao se afastar de pessoas e ambientes carregados, não se expondo ou se desgastando emocionalmente, e procurando encontrar meios naturais para diminuir o desconforto, o cansaço, a tensão ou a agitação.

Com determinação e boa vontade, mesmo no corre-corre cotidiano dos afazeres e obrigações, é possível encontrar seu tempo e espaço sagrados para cuidar de sua mente, de seu corpo e de seu espírito. Meditações, banhos de luz lunar, água lunarizada, contato com seu ventre, sintonia com a deusa regente de sua lua natal ou com as deusas lunares, viagens xamânicas com batidas de tambor, visualizações dos animais de poder, uso de florais ou elixires de gemas contribuem para o restabelecimento do padrão lunar rompido e perdido ao longo dos milênios de supremacia masculina e racional.

O mundo atual - em que a maior parte das mulheres trabalha - ainda tem uma orientação masculina. Para se afastar dessa influência, a mulher moderna deve perscrutar seu interior e encontrar sua verdadeira natureza, refletindo-a em sua interação com o mundo externo.

Texto de Mirella Faur - http://teiadethea.org/?q=node%2F131

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bio-Absorventes - Uma Solução Consciente.

Segue abaixo um texto do site Arte-Mísia que revende coletores menstruais e bio-absorventes, no final do texto segue o link para entrar em contato para compra ou esclarecimentos.
Importante salientar que compartilho das ideias expressadas no site, e sobre a não utilização de tampões e absorventes dados os problemas que eles podem acarretar com o passar dos anos, e também pela questão ambiental.

"Visão Ecológia:
Os absorventes descartáveis não podem ser reutilizados, sendo enviados diretamente para aterros sanitários, isto quando não vão para lixões, galerias de esgoto, rios, lençóis freáticos e mares.
Alem disto cada mulher utiliza em sua vida fértil em média 10 mil absorventes que demoram em torno de 100 anos para se decompor.

Visão Xamânica:
"Meu sangue é nutrição total. Meu sangue nutre o feto crescente. Meu sangue transforma-se em leite para nutrir um bebe. Meu sangue flui na terra como alimento para a Grande Mãe, Gaia, Mãe Terra." Fonte: Oração da Tenda da Lua
Habito Ancestral indigena devolver o sangue para terra, e alinhamento do fluxo com os ciclos da Lua.

Visão Social:
Valorização e fortalecimento da economia local. Matéria-prima nacional, costurados por um empreendimento social: Costureiras do Itaquaciara situado em área de manancial em Itapecerica da Serra-SP.

Visão da Saúde:
Descartáveis, utilizam produtos químicos (gel, dioxina, fungicidas, colas, cloro, plástico, perfume) que causam abafamentos, proliferação de fungos e bactérias, cólicas, aumento do fluxo, alteração no pH, alergias. O sistema sempre seco, resseca a umidade natural, gerando mais sangue menstrual.
Nossas ancestrais tinham menor incidência de miomas, câncer e infecções uterinas, por utilizarem absorventes de pano.

Visão Vegana:
Produtos não testados em animais, feito com tecidos de algodão antialérgicos.

Visão da Yoga:
Nossa menstruação é um veículo de reciclagem e purificação mensal, é um momento de expansão de consciência, sensibilidade e intimidade feminina. Reconheça o valor do seu ciclo, saiba o que é sua menstruação e reduza TPMs e desconfortos do ciclo.
Fonte: Apostila Shakti Yoga.

Visão Ayurveda:
"Segundo o Ayurveda o movimento e fluxo descendente manifesto em tudo aquilo que segue o caminho da eliminação (fezes, urina e sangue menstrual) é governado pelo subdosha Apana Vata. O sangue menstrual tem um caminho muito claro para seguir: direto para o centro da terra. Com a barreira do absorvente plástico o Apana Vata é bloqueado e não consegue eliminar todo o conteúdo do sangue menstrual.

Desarmonias como ovários policísticos, endometriose, vaginite, entre outras, são causadas pelo uso dessas barreiras plásticas que restringem o livre fluxo do prana. As células não eliminadas migram e se alojam em lugares indevidos propiciando as mais diversas patologias. " Fonte: Tatiane Rangel "

Saiba mais e adquira produtos: http://www.luartemisia.com.br/bioabsorventes/



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Tempo Matriarcal

Em épocas matriarcais, ser uma mulher era compreendido como algo especial, por causa da habilidade de sangrar sem feridas e sem morte. E, reter seu sangue durante um longo período na gravidez, para produzir uma vida nova! Que presente miraculoso, a perpetuação da espécie. 
Como uma mulher entra na idade da sabedoria, seu sangue sábio foi retido dentro de seu corpo. Esta era considerada uma estadia, o incrível poder da mulher em menopausa. Seu ' sangue sábio '; da vida e as habilidades de desafiar a morte permaneceram dentro de seu corpo para seus únicos uso, finalidade e desejo. Não mais por muito tempo terá que sangrar e nutrir a terra com seu presente de sangue, nem necessita compartilhar de seu corpo para ajudar criar uma vida nova. Reteve todos estes presentes e poder para seu próprio uso. Isto fez-lhe uma figura de incrível poder, com muitas dádivas especiais, bênçãos para compartilhar com seus povos. Com o advento do conhecimento científico, a menstruação, a gravidez, o nascimento e a menopausa têm sido reduzidos, às vezes, às condições médicas e, em outras vezes,emergências médicas. 
Freqüentemente, por causa do conhecimento e da terminologia científica, a mágica, a beleza, o poder e a sabedoria do menstruação, da gravidez, do nascimento e da menopausa foram perdidos e negligenciados no mundo. Com uma mudança do pensamento e do sentimento nós podemos recuperar e honrar nossos corpos para toda a magia, divertimento, e amor se tivermos o coração para fazer exame mais próximo na verdade de quem nós somos realmente em comparação às ordens, aos pensamentos e às opiniões de outros. Boas vindas na fase da mulher do sangue sábio. 
A transição para a menopausa pode ser um momento do apreensão e incerteza de nos mesmos, nossos corpos e de nosso futuro. Pode ser um momento reduzido a uma condição médica que possa requerer atenção . Pode ser um momento experimentado como uma elevação emocional através das mudanças em níveis hormonais. Pode ser reduzido a um momento da inconveniência e do desespero para outro e para si. 
A menopausa pode ser experimentado como um dos divertimentos dos tempos emocionantes da vida. É um momento para escolhas. É um momento para a mulher, para ela mesma , suas necessidades, desejos, experiências, liberdade . Tudo isto pode ser inesperado e oprimindo dependendo como uma mulher aprende, e as experiências, as escolhas novas e diferentes a essas. A menopausa é um momento de grande mudança. É importante fazer exame do espaço sagrado para descobrir nossas possibilidades e nossos potenciais e para curar e liberar isso que nós requeremos, não por muito tempo. Isto permitirá a nos movermos com mais facilidade e finalidade no presente, e assim determinar o futuro, nosso futuro. 
O futuro das filhas e as possibilidades gloriosas que estão disponíveis à mulher. Reflexões : 
Que eu quero? 
Que terapias alternativas estão disponíveis a mim se eu estiver experimentando sintomas? 
Que pode me ensinar estes sintomas ? 
Eu honrei ou honro meus ciclos? 
Eu respeito-me? 
Como eu sinto sobre minha fertilidade ou a perda da fertilidade? 
Como eu sinto sobre minha menstruação ? 
Como eu sinto como uma mulher? 
O faço espiritualmente enquanto eu me aproximo da menopausa.
Eu penso que estou no momento de sabedoria? 
Eu penso que meu sangue é sábio? 
É muito importante ter a informação sobre nossos corpos, a maneira que trabalham, as mudanças a que todos nós vamos completando, porque nós crescemos e nos tornamos. Compreendendo o que nós queremos ou necessitamos, nossas escolhas, nossos corpos, nossas vidas. 



Fonte: Texto de Arielle Kaph

Recolhimento Sagrado Feminino

Observando os ciclos de nosso corpo, entramos em sintonia com o corpo maior e organismo vivo e pulsante que é a Mãe Terra. Nós, mulheres, carregamos em nosso corpo todas as Luas, todos os ciclos, o poder do renascimento e da morte. Aprendemos com nossas ancestrais que temos nosso tempo de contemplação interior quando, como a Lua Nova, nos recolhemos em busca de nossos sonhos e sentimentos mais profundos. As emoções, o corpo, a natureza são alterados conforme a Lua. Nas tradições antigas, o Tempo da Lua era o momento em que a mulher não estava apta a conceber, era um período de descanso, onde se recolhiam de seus afazeres cotidianos para poderem se renovar. "É o tempo sagrado da mulher", o período menstrual, conforme nos conta Jamie Sams, "durante o qual ela é honrada como sendo a Mãe da Energia Criativa". O ciclo feminino é como a teia da vida e seu sangue está para seu corpo assim como a água está para a Terra. A mulher, através dos tempos, é o símbolo da abundância, fertilidade e nutrição. Ela é a tecelã, é a sonhadora. Nas tradições nativas norte-americanas há as "Tendas Negras", ou "Tendas da Lua", momento em que as mulheres da tribo recolhem-se em seu período menstrual. É o momento do recolhimento sagrado de contemplação onde honram os dons recebidos, compartem visões, sonhos, sentimentos, conectam-se com suas ancestrais e sábias da tribo. São elas que sonham por toda a tribo, devido ao poder visionário despertado nesse período. O negro é a cor relacionada à mulher na Roda da Cura. Também são recebidas nas tendas as meninas em seu primeiro ciclo menstrual para que conheçam o significado de ser mulher. Esse recolhimento não é observado somente entre as nativas norte-americanas, mas também entre várias outras culturas. Diversos ritos de passagem marcam a vida de meninas nativas no seu primeiro ciclo menstrual. Entre os Juruna, quando a Lua Nova aponta no céu, é momento de as meninas se recolherem para suas casas. As meninas kanamari, do Amazonas, também ficam reclusas enquanto dura seu primeiro sangramento, sendo alimentadas somente pela mãe. Assim ocorrem com as meninas tukúna que nesse período de reclusão aprendem os afazeres e a essência do que é ser uma mulher adulta. Observa-se, em alguns casos, como parte do rito, cortar o cabelo e pintar o corpo de negro. São ritos de honra à mulher, e não o afastamento das mesmas pela impureza, como foi mal-interpretado por muitas outras culturas, principalmente a nossa ocidental extremamente influenciada pelos valores cristãos.Nossos corpos mudam nesse período, fluem nossas emoções e estamos mais abertas a compartilhar com outras mulheres, como uma conexão fraternal. Ao observarmos nossos ciclos em relação à Lua, veremos que a maioria das mulheres que não adotam métodos artificiais de contracepção e que fluem integradas ao ciclo lunar, têm seu Tempo de Lua durante a Lua Nova. É importante observarmos como fluímos com a energia da Lua e seus ciclos, e em que período do ciclo lunar menstruamos. A menstruação é um chamado do nosso corpo ao recolhimento, assim como a Lua Nova é um período de introspecção, propício ao retiro e à reflexão. A Lua Cheia proporciona expansão e, se nossos corpos estão em sintonia com as energias naturais, é o período em que estaremos férteis. Quantas mulheres atualmente deixaram de observar os ciclos do próprio corpo? Quantas deixaram de conectar-se com as forças da natureza, deixaram de lado a riqueza desse período de introspecção, recolhimento e contemplação de si mesmas? No nosso Tempo de Lua sonhamos mais, estamos mais abertas à sabedoria que carregamos de nossas ancestrais. Aproveite esse período para conhecer e explorar seu interior, agradecendo os dons e habilidades que possui. Compartilhe com outras mulheres esses momentos sagrados de respeito e fraternidade. Ouse sonhar e exercer seu lado visionária. Note que ao estar em conexão com todas as mulheres e com a própria Mãe Terra, muitos sintomas tidos como incômodos vão desaparecendo. Muitos destes sintomas são a rejeição desse período. Com a competição resultante dos valores da sociedade moderna, muitas de nós esqueceram de ouvir a si mesmas, de sentir a necessidade de seus próprios corpos e corações. 
Para finalizar, segue um trecho sobre a Tenda da Lua, de Jamie Sams, falando-nos sobre a importância desse ciclo de religação com a Terra e a Lua: "O verdadeiro sentido dessa conexão ficou perdido em nosso mundo moderno. Na minha opinião, muitos dos problemas que as mulheres enfrentam, relacionados aos órgãos sexuais, poderiam ser aliviados se elas voltassem a respeitar a necessidade de retiro e de religação com a sua verdadeira Mãe e Avó, que vêm a ser respectivamente a Terra e a Lua. As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente a sua natureza receptiva. Ao confiar nos ciclos dos seus corpos e permitir que as sensações venham à tona dentro deles, as mulheres vêm sendo videntes e oráculos de suas tribos há séculos. As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas às outras. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade".


*Texto de Tatiana Menkaiká - Publicado na Revista Viva Melhor - Xamanismo

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Menstruação e Identidade Feminina

"A Lua natal mostra a auto-imagem das mulheres. A menstruação está conectada com a auto-imagem porque o ciclo mensal deixa claramente marcadas as fases da vida de uma mulher, desde a menarca até a menopausa.
Durante os trânsitos dos planetas exteriores para Câncer, a média de idade da primeira menstruação caiu dos 14 anos para os 12 e meio, ao passo que a menopausa foi adiada. Em épocas anteriores, nossa história reprodutiva deve ter sido muito mais próxima dos aspectos da Lua progredida para sua posição natal. Usando o método de um dia por ano, o ciclo lunar de 28 dias se transforma num ciclo anual de 28 anos. As divisões em quartos correspondem a 7, 14, 21 e 28 anos, com uma nova fase a cada 7 anos depois disso. Essas fases correspondem a mudanças em áreas lunares da vida.
A idade mais baixa para a menarca talvez não pareça importante diante disso. Entretanto, uma mulher de 14 anos está mais bem equipada do que uma de 12 para lidar com o desenvolvimento dos seios, o aumento dos hormônios e a atenção sexual que a puberdade traz. Anos antes de terem maturidade para serem mães, as meninas já estão capacitadas a tanto. Já não é incomum que meninas de 11 e 12 anos sejam levadas a clínicas de aborto, e existe uma epidemia de gravidez adolescente. Pais que "resolvem" o problema da sexualidade da adolescente fazendo-a tomar pílula, colocam em perigo o equilíbrio hormonal da filha, que é bastante delicado nessa idade. A dose extra de hormônios contribui para a perturbação emocional da adolescente. Os homens não fazem uma entrada tão bem definida na condição masculina, mas para as mulheres a primeira menstruação ou menarca é o rito de passagem para a condição feminina. Até que comece a menstruar, a garotinha talvez não se identifique plenamente com a mulher adulta. O começo da menstruação é o primeiro limiar lunar importante e prepara o cenário para todos os outros que se seguem. Nossas experiências naquele momento crucial dão o colorido às percepções de feminilidade. A partir das reações dos adultos significativos, descobrimos se essa parte de nós é suja ou natural. Aprendemos se é uma coisa positiva a ser celebrada ou uma coisa vergonhosa a ser escondida. Costumes como o tapa na cara, entre os judeus, na primeira menstruação, comunicam mensagens sobre o significado de ser mulher. Contraste-se o fato com as celebrações de um dia ou uma semana de duração, feitas para a primeira menstruação das meninas em muitas culturas nativas. (Na falta de ritos de puberdade culturalmente sancionados,talvez a gravidez na adolescência tenha a intenção de ser parcialmente uma espécie de rito de passagem — como uma afirmação "no meio da cara" de que "agora eu sou uma mulher".) Se você quiser estabelecer um ritual para sua filha ou qualquer outra garota, o livro de Marcia Starck, Women's Medicine Ways, está cheio de exemplos e dicas de outras culturas.
Cada menstruação pode trazer para a mulher heterossexualmente ativa um momento de alívio ou de desolação por não ter engravidado ainda. Muitas de nós têm medos e anseios primitivos quanto à nossa fertilidade, usando-a até certo ponto para decidir se somos ou não "mulheres de verdade". As mulheres que estão na menopausa ou sofreram uma histerectomia muitas vezes têm sentimentos intensos em relação a essa mudança, inclusive o medo de que estejam perdendo a feminilidade. Nossa identidade feminina e senso de autovalorização estão ligados a essas funções, independentemente de nossas capacidades e realizações. Não importa quão liberadas ou instruídas sejamos, elas continuam a ter mistério e poder. São muito intensas as emoções que temos em relação às panes do corpo que mais claramente nos definem como mulheres — os seios e o útero. Esses órgãos regidos pela Lua podem despertar sentimentos de inadequação, medo ou vergonha. Os homens também reagem intensamente a eles."


Fonte:  A Lua na sua vida - O Poder Mágico e a Influencias sobre as mulheres -  Donna Cunningham

Mistérios do Sangue



No livro Sacre Pleasure – Sex, Myth and Polítics of the Body (HarperCollins, 1995), Riane Eisler nos relata que os pigmeus Bambuti, da floresta do Congo, referem-se à menstruação como "ser abençoada pela Lua". Não há, naquela cultura, nada de aparentemente negativo associado ao período da menstruação.
O primeiro sangue menstrual é comemorado com uma festa chamada "elima", que envolve toda a aldeia. Após sua primeira menstruação, ser novamente abençoada pela lua no futuro é simplesmente visto como parte natural da vida da mulher, e não há nenhuma celebração posterior associada a isso. Não existem tabus ligados ao período menstrual e isso, talvez, represente bem a antiga mentalidade não-judaico-cristã.
O fluxo de sangue e seu cessar estão ambos intimamente ligados aos Mistérios Femininos. Menstruação, gravidez, parto e menopausa são aspectos do ciclo vital de todas as mulheres. O sangue, ou sua ausência, assinala naturalmente os estágios de transformação de uma mulher, desde a ruptura do hímen ao sangue do parto, ao fim dos sangramentos na menopausa. Em tempos remotos, o modo como uma mulher usava sua guirlanda era um sinal externo de qual estágio de sua vida ela já havia alcançado.
Em Blood Relations – Menstruation and the Origins of Culture, Knight nos conta que os primitivos humanos que habitavam as florestas, dormiam na copa das árvores sob o céu noturno. Os ciclos de luz da lua apropriadamente influenciavam os ciclos menstruais. A pesquisa de Knight indica que, na maioria das mulheres, o ciclo menstrual começa durante a lua nova e ela ovula por volta da lua cheia. Luisa Francia, em seu libro Dragon Time – Magic and Mystery of Menstruation (Ash Tree, 1991), também afirma que as mulheres que vivem e dormem ao ar livre (longe das luzes artificiais) estão sintonizadas a esse ciclo.
Knight apresenta algumas interessantes descobertas da biologia feminina. Um estudo sobre a duração de 270.000 ciclos de mulheres, representando todas as idades da vida reprodutiva, revelou o seguinte: a mais alta percentagem simples das mulheres do estudo, menstruaram durante a lua nova. A segunda percentagem mais alta, menstruou durante a lua crescente e apenas 11,5% menstruou durante a lua cheia. Essa pesquisa também indica que a maioria das mulheres mostraram um ciclo menstrual de 29,5 dias. Esse ciclo apresentou-se também como o mais fértil. O estudo ainda trouxe à descoberta de que mulheres heterossexuais que praticavam sexo com regularidade semanal, possuíam ciclo mais intimamente ligado ao ciclo da lua do que mulheres cuja vida sexual era de natureza esporádica ou celibatária. O estudo também indicou que os feromônios masculinos podem estar envolvidos no alinhamento do ciclo menstrual ao chamado ciclo "normal" que se inicia com a lua nova.
Nos Mistérios Femininos, vemos que o sangue menstrual era mais do que o indicador do ciclo de fertilidade de uma mulher. A vagina era vista como um portal mágico através do qual a vida surgia de uma misteriosa fonte interna. Na religião matrifocal, era um portal tanto para a regeneração física como para a transformação espiritual. As mulheres estão mais sintonizadas à sua natureza psíquica durante a menstruação. Uma vez que o fluxo de sangue menstrual tende a absorver energia, as mulheres estão mais aptas a curar os outros durante esse período. Assim, mulheres em menstruação podem absorver a energia dos outros e aterrá-la através de seu próprio sangramnto físico. Uma vez que o sangue é lançado à terra, a energia é neutralizada e a cura pode ter início na pessoa adoentada.
O sangue menstrual era, também, utilizado para fertilizar as sementes para o plantio, passando a essência da vida a elas. Campos eram, por vezes, borrifados com uma mistura de água e sangue menstrual para estimular o crescimento. As sementes e plantas absorviam um pouco da energia antes que o solo neutralizasse a carga. Xamãs femininos também transferiam cargas mágicas aos campos cultivados através do sangue menstrual, criados para influenciar a mente grupal da comunidade que se alimentaria da colheita. Durante a Idade Média, as bruxas eram constantemente acusadas de enfeitiçar as plantações...
Outra função do sangue menstrual, era a de ungir os mortos. Acreditava-se que isso asseguraria seu renascimento, graças às propriedades vitalizantes do sangue que jorrava do próprio portal da vida. Durante o Neolítico e o início da Idade do Bronze, na Antiga Europa, a região do Egeu testemunhou a criação de tumbas redondas com pequenas aberturas voltadas para o leste, na direção do sol nascente. Essas tumbas representavam o ventre da Deusa, e a abertura era a sua vagina. Vasos sagrados eram utilizados para coletar o sangue menstrual para ungir os mortos. Eram vasos da fertilidade, luz e transformação. Os mortos eram ungidos com sangue menstrual e posicionados no interior das tumbas. A luz do sol nascente simbolizava a renovação e a regeneração, enquanto penetrava na abertura da tumba (o falo solar penetrando a vagina telúrica). Posteriormente, essas tumbas terrenas evoluíram na forma de montes, remanescentes do Culto ao Mortos.
Em Sacred Pleasure, Riane Eisler relata como os ritos e cerimônias funerários pré-históricos incluíam atos sexuais. Tais atos visavam conectar a tumba à energia da procriação. Símbolos espirais eram constantemente gravados em tumbas neolíticas como sinais da regeneração. Também simbolizavam a transformação xamânica da consciência que empregava cogumelos alucinógenos. Os cogumelos têm fama de afrodisíacos e sua semelhança com a genitália masculina ficava certamente evidente aos primitivos europeus. A rapidez com que os cogumelos crescem e desaparecem também contribuiu para sua associação com o falo. Assim, podemos facilmente associar as danças extáticas com os ritos funerários da magia do sangue.
Nos Ensinamentos Misteriosos, a magia do sangue está ligada às fases da lua. A lua cheia inicia a ovulação e simboliza os poderes de transformação da energia lunar (e, por conseqüência, da energia feminina). Por seu aspecto fértil no ciclo de uma mulher, a lua cheia é o período da mãe. Durante essa fase, é melhor formular e visualizar o que quer que seja desejável na vida de um indivíduo. As imagens mágicas lançam raízes durante essa fase, e o sangue é carregado com quaisquer formas de pensamentos que direcionamos a ele. A lua minguante põe em movimento o que foi concebido durante a lua cheia, para que se manifeste. É um período para estabelecer as conexões com o mundo físico, que irão auxiliar o fluxo de energia relacionada rumo aos desejos do indivíduo. A lua nova libera o sangue carregado do caldeirão mágico do ventre. A energia mágica é, então, usada e é tempo para reflexão e introspecção. A lua crescente é um período de potencialização, de leitura e estudos, preparando o solo fértil do ventre para a semente mágica que será plantada na lua cheia.

Fonte: Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi
Imagem: Acervo Pessoal de Babi Guerreiro.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Altar Menstrual

* Texto postado originalmente no meu blog Guerreira Interior, em 24 de abril de 2009, reeditado para esta postagem*

Finalmente farei a postagem que tanto prometi sobre o altar menstrual, um lugar sagrado, erigido pela mulher a cada menstruação, no 1º dia de seu ciclo, eu gosto de montar o meu na primeira manhã da menstruação porque já faço a coleta do meu sangue da noite, para entregar a Terra.
Sobre o altar devem ser colocados simbolos ligados ao ventre e aos mistérios do sangue.

Serpentes: Representam o poder do fogo do sangue, adormecido no ventre da mulher.
Conchas: Representam o oceano primordial, poder fertilizador e germinador da àgua.
Caldeirão: E o Cálice, simbolizam o ventre da Deusa e seu poder de vida, morte e renascimento.
Yoni: Representa a essência da energia feminina e o ventre da Deusa.
Ovo: Símbolo do nascimento e da vida. Também pode representar os óvulos e a ovulação.
Vésica Piscis: Um dos simbolos mais antigos da Deusa, como Mãe Criadora de tudo.
Pedra Furada: Ligada ao ventre da Deusa por conta de seu formato e fenda.
Buzios: Ligado aos mistèrios do feminino por sua semelhança com a vagina.
Guirlanda de flores: Sua forma circular representa o circulo do renascimento.
Imagem da Deusa: Em sua versão mais antiga, como a Vênus de Willendorf
Flores e velas: Flores vermelhas, e velas prateadas ou vermelhas.

Além desses simbolos, todos sugestões, que cada mulher tem que analisar e sentir o que em seu altar ela deve colocar...ela também pode deixar seu Jarro Menstrual, incensário, com os aromas correspondentes as deusas de sua devoção, cristais támbem ligados a Deusa ou ao poder do sangue.
Cada altar é único, e fala muito sobre sua espiritualidade e sua ligação com a Divindade. Eu por exemplo sinto o desejo de colocar meu oráculo sobre ele, para que ele receba do meu poder criativo (meu sangue), coloco meu óleo da Lua Vermelha com o qual unjo meu ventre. Meu 1º athame, que consagrei a Athena, que foi meu 1º objeto na magia, um presente cheio de simbolismo para mim, e meu talismã de proteção menstrual, que carrego na bolsa quando estou menstruada.
Além desses itens, tem meu colar menstrual, feito com sementes de açaí tingido de vermelho, que não tiro do pescoço quando menstruo... e meu Diário da Lua Vermelha, onde anoto sonhos, sensações, período fértil, luas e muito mais.
Esses objetos nos ajudam a resgatar nossa conexão com nosso sangue, nos lembrando que menstruar é algo bonito e poderoso, só as fêmeas fazem isso. E diga-se também que, isso é um sinal de saúde, estamos fertéis, temos que nos orgulhar desse momento.
Eu decidi compartilhar 1 foto do meu altar com vocês para que tenham idéias à respeito de como construirem os seus, mas lembrem-se, o Altar deve ser a sua cara.

Fonte de consulta: Ritos de Passagem - Claudiney Prieto.